quinta-feira, 6 de abril de 2023

ESCRITA TERAPÊUTICA 06.04.23

 1. A maior mudança na minha vida foi o casamento. É claro que nós pensamos sobre a roda viva que é a nossa vida. Tudo que nos cerca gera mudança. Algumas até podem ser grandiosas. Mas o casamento é a aquisição de constantes descobertas e responsabilidades, incomparáveis com as conquistas da vida de um solteiro. Não falo aqui do piegas social: casar para montar uma família. É mais do que isso: é a vontade de amar e ser amado. O casamento é o ápice das (des)aprendizagens. É o mundo em constante transformação. 

2. Minhas expectativas são poucas. No momento, penso que viver a sonhar é desaprender a viver. O sonho é importante ate um certo ponto. Não é possível viver (ou "morrer") idealizando o tempo todo. Vai haver aquela hora em que o disco vai terminar, e será necessário tocar outro disco. O Spotify parece infinito, mas o que se ouve não o é. Torna-se necessário descobrir e ver o mundo concreto, como ele é. Acho que estou sendo um pouco distópico, e estou. Os imperativos da vida estão aí para nos acordar, sem palavras enfeitadas, sem o "pão de ouro", como dizia Clarice Lispector. A vida é um bloco de notas. 

3. Sei que estou com raiva quando me miro no espelho fixamente. Olho para os meus resquícios da idade. O que aprendi? O que desaprendi? Que mudanças houve no meu comportamento? Em que me tornei? Essas perguntas podem gerar um conto interminável. Vai dar vontade de rasgá-lo, porque as vidas (a minha também) estão rasgadas. Quem nunca transgrediu por algo já esquecido? Ninguém fala de coisas ruins; só há fantasias. E por aqui termino a minha reflexão.   

 

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