Datas: 20 de novembro de 2020 e 21 de novembro de 2020.
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A literatura é um remédio:
Vamos ao poema "Para fazer um poema dadaísta", de Tristan Tzara. Com esse poema "molde", fiz o meu usando potes coloridos e sorteei palavras avulsas. Fiz algumas pequenas modificações na composição do meu poema dadaísta.
Para fazer um poema dadaísta
Pegue um jornal. Pegue a tesoura. Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja darão seu poema. Recorte o artigo. Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente. Tire em seguida cada pedaço um após o outro. Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco. O poema se parecerá com você. E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.
Tristan Tzara. In: Gilberto Mendonça Telles. Vanguarda Europeia e Modernismo Brasileiro
Outro poema dadaísta. Mas esse merece uma pequena atenção didática.
Vamos supor que esse poema seja objeto de análise em uma prova da Educação Básica. Tomando como base a diferença entre morfemas lexicais, morfemas gramaticais e outros elementos linguísticos, como esse poema ressignifica a proposta de Tristan Tzara?
E agora vamos ao meu diário. Não o transcreverei como um todo, mas só a parte em que me considero vivo neste mundo.
Hoje acordei pensando no meu pote chamado "Artes". Eu gosto de escrever em papéis e colocá-los em potes organizados. Parece que a minha vida, que para mim é hermética, é organizada em moldes, etiquetas, caixinhas ou em simples potes (material de pesquisa, estudos diversos ou produções artísticas). Mas eu quero falar dos meus poemas nada convencionais que venho escrevendo e guardando nesse pote de "Artes". Eu os escrevo e os leio. Penso. Reflito. Esqueço da vida. Como dizia Clarice Lispector, a gente vive quando produz. Agora eu não me considero morto de corpo e alma. A arte me devolveu a vida, graças a Deus. Mas eu queria ser lido, debatido, confrontado. Escolho as melhores artes e ponho em algum lugar desse mundo virtual. A arte me dá voz, já que fui calado pela outra vida. Talvez essa seja a oportunidade que me ensinou a psicóloga. E esse fluxo de pensamento é o que me faz feliz e vivo, porque eu vivo a arte de mim mesmo.
Estes poemas estavam perdidos. A vida pandêmica os encontrou:
Um vídeo que gravei sobre "Memórias de uma novela e congêneres" em 2018:
Espero que a arte toque o coração de vocês, hoje e sempre!
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